Quem me conhece sabe o quanto levanto a bandeira da amamentação. Sei que não é fácil, tive problemas e dificuldades no começo, mas procurei ajuda (relembre aqui) e estou firme e forte até hoje na amamentação materna e em livre demanda, mesmo tendo acabado minha licença maternidade. Voltei a trabalhar quando faltavam 10 dias pra Clara completar 6 meses e trabalho de segunda à sexta das 9 às 17hs e aos sábados das 9 às 20hs, ela não toma complemento algum e continua com o leite materno. Mas será que dá pra continuar com a amamentação quando a mãe volta ao trabalho? [Atualização de post (05/08/2014): Hoje Clara tem 2 anos e continua mamando no peito, fica na escola por 9 horas, come de tudo e não toma outro tipo de leite ou fórmula. Sempre se desenvolveu bem, ganhou peso e cresceu corretamente, ou seja, é possível SIM continuar com a amamentação mesmo voltando ao trabalho].
Um dos meus maiores medo é meu leite secar, Clara não querer mais mamar e pararmos de ter este momento tão nosso e que acima de tudo faz super bem pra saúde do bebê.
Pra continuar com a amamentação após o retorno ao trabalho, é necessário que você realmente queira, se disponha e claro, tenha o apoio do Marido em casa, pois não é tão fácil quanto parece. Temos que nos organizar com a ordenha e normalmente depois de um dia inteiro longe de você, seu bebê quer ficar grudado em você e mesmo assim, você precisa encaixar o momento da ordenha no seu dia.
Aqui no meu trabalho, não tenho um local fechado pra fazer a ordenha, faço na copa que é aberta e peço gentilmente pro meu gerente não vir até aqui enquanto ordenho. Faço a ordenha 2X/dia, uma pela manhã, por volta das 11 – 12hs e outra no meio do dia, por volta das 15 – 16hs e consigo tirar pouco mais de 120ml.
No meu horário de almoço, vou até a escola da Clara pra amamentá-la e ficar uma hora com ela no meio do dia. Ela fica na escola das 8:30 às 17:00hs.
Quando chegamos em casa, ela fica grudada no meu peito mamando. Gente, ela dá cada golão, fico impressionada. e ficamos grudadas mais ou menos das 17:30 até às 21:00hs, dormimos um pouco juntas, aí eu levanto pra fazer meus afazeres domésticos e ela continua dormindo um pouco mais.
Durante a madrugada, ela ainda mama. Na realidade, Clara continua mamando em livre demanda quando está comigo e no berçário o leite também é livre e conforme esta aumentando a necessidade de leite, eu estou mandando mais, assim não desperdiço o leite e supro as necessidades da Clara.
Clara não aceitou chupeta, mamadeira, copo de transição. Ela toma o leite materno de colherzinha, tanto na escola ou quando fica com meu Marido sozinha.
Seguindo as orientações dos especialistas, eu comprei potes de vidro com tampa de plástico (os de café instantâneo são ótimos e tem um tamanho bem interessante. Faço a ordenha com uma bomba elétrica e antes de fazê-la eu lavo bem as mãos com água e sabão, passo álcool gel, seco com papel toalha, massageio as mamas e começo a ordenha, sempre com calma.
Eu costumo guardar pequenas porções de leite, assim evito o desperdício e se ela quiser mais, tem congelado.
Por sorte, aqui na loja tem geladeira com freezer e eu já ordenho e congelo o leite.
Eu não estoco por muito tempo, normalmente tenho pra 2 dias apenas. Caso você consiga estocar uma quantia maior, deve etiquetar os vidros com a data de ordenha, pois o leite congelado dura 15 dias.
Outro ponto super importante é que o leite deve ser descongelado dentro da geladeira e aquecido em banho maria. Jamais deve ser aquecido em microondas ou fogão diretamente na panela, pois assim ele perde seus nutrientes.
Você pode extrair seu leite com as próprias mãos ou com bombas de sucção. “A ordenha manual é muito simples e prática, mas nem toda mãe consegue fazer. O jeito de tirar o leite varia de cada mulher”, afirma Sônia.
Para retirá-lo manualmente, é preciso que você massageie a mama como um todo, com movimentos circulares da base em direção à aréola. Uma das maneiras é colocar os polegares acima da aréola e os outros dedos abaixo e, assim, espremer ritmicamente a parte inferior do seio, enquanto o pressiona contra a costela. Esse processo pode levar, em média, de 20 a 30 minutos em cada mama, principalmente nos primeiros dias.
Há mulheres, no entanto, que preferem a bombinha manual, outras, a elétrica, que são mais caras e podem ser alugadas. Se optar por esses acessórios, é fundamental que você cuide da higiene deles, deixando-os sempre esterilizados.
Seja qual for o processo da extração do leite, higienize sempre as mãos antes e as mamas: você pode lavá-las com sabonete neutro e secá-las levemente, sem fazer atrito, com uma toalha bem macia. Evite ainda falar, espirrar ou tossir enquanto tira o leite. “A ordenha exige paciência, porque é normal a mulher ter dificuldade nas primeiras vezes. Se for voltar ao trabalho, o ideal é começar a extrair o leite cinco dias antes”, afirma a especialista.
Se for retirar o leite fora de casa, como no trabalho, por exemplo, ele deve ser conservado sempre na geladeira e transportado em uma bolsa térmica.
Para oferecer o leite ao bebê, nunca se deve fervê-lo, muito menos usar o micro-ondas para tirar o gelo. Se ele não estiver congelado, é só mergulhar o recipiente direto da geladeira para uma água morna. Agite-o levemente para que ele todo fique na mesma temperatura, que deve ser a ambiente. Se estiver congelado, retire do freezer e coloque na geladeira um dia antes de ser usado. Depois, o processo é o mesmo.
Lembre-se: o leite extraído nunca deve substituir a amamentação do seu filho. Além da sucção do bebê ser a responsável pela produção do leite, segundo Sônia, há uma perda de micronutrientes do leite materno quando ele é congelado.
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