O dia em que baixei a guarda

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O dia em que baixei a guarda! Sabe quando você tem vontade de escrever e não sabe como começar? Pois é! É o texto de hoje. É tanta emoção e razão misturado que não sei como expressar o que quero dizer. O que realmente precisamos ter para ser feliz? Existe uma frase ótima que adoro: você quer ter razão ou ser feliz? Digamos que a mãe aqui, cabeça dura, sempre quer ter razão e no meio desta turbulência toda de uma taurina típica, quer ser feliz, muito feliz.

Quem me acompanha sabe um pouco da minha história: eu trabalhava, ganhava muito bem, engravidei, mercado mudou, quebrei, literalmente quebrei. Fiquei sem ganhar nada por quase 1 ano, voltei a trabalhar e hoje não ganho metade do que ganhava antes de engravidar e sim, o financeiro abalou o casamento.

Quando digo que abalou o casamento não é no sentido de brigas, discussões ou afins, mas sim o silêncio e a falta de paciência tomaram parte do relacionamento. Marido ficou mais calado do que já é e eu mais impaciente do que sou e quem me conhece sabe que para eu perder a paciência basta contar até 1.

Sabe quando você tem certeza que está com homem da sua vida, o pai que quer para seus filhos e vice versa? Pois é, somos assim. Estamos juntos porque queremos e tudo aconteceu dentro do tempo que planejamos e sonhamos, mas a questão financeira chegou de surpresa e muita coisa mudou.

Com essa mudança toda, veio a depressão no Marido e em mim o medo de não realizar meus sonhos, mas aos poucos, depois de 2 anos e meio as coisas estão entrando nos eixos, a luz no fim do túnel começou a aparecer e sonhar parece que é permitido outra vez.

Um belo dia eu tomei a coragem que precisava para conversar com o Marido, mesmo sabendo que poderia correr o risco de ouvir o que não queria, mas com toda calma do mundo, o chamei pra conversar e olha, foi a melhor coisa que fizemos. Acreditem ou não, nós nunca brigamos nestes quase 5 anos juntos, sabemos o limite um do outro e paramos ali para evitar um bate boca típico de cada um de nós, o que confesso, não é nada bonito, politicamente correto, enfim, jogar merda no ventilador é besteira, ainda mais quando a raiva toma conta do momento.

 Chamei e falei:

– Não estou sendo a mulher bacana por quem você se apaixonou e tenho certeza disso, e você também não está sendo o homem por quem sempre fui louca. Ambos estão estragando nosso casamento e do jeito que está, não vai adiantar ter dinheiro. Temos uma filha linda, planos palpáveis e tudo o que precisamos para sermos felizes. Precisamos mudar isso tudo. A não ser que você já esteja de saco cheio e com vontade de pular fora e partir pra outra!

Gente, sério. Ele arregalou seus lindos olhos azuis e acabou com seu silêncio:

– É …. precisamos mudar. Eu não quero pular fora. Casei com você e é com você que vou até o fim.

Essa conversa foi há meses e aos poucos, cada um de nós mudou em vários aspectos, fazendo com que o outro percebesse que sim, valia a pena não voltar como era antes, mas sim evoluir e cuidar bem do que realmente importa. Cuidar do nosso casamento, do nosso amor, do nosso relacionamento, da nossa família.

Com sua rotina totalmente diferente da minha, praticamente todos os dias não nos vemos, pois pela manhã é correria e só temos tempo para o bom dia e o beijo de tchau (ele não toma café da manhã de jeito nenhum) e eu ando capotando antes das 23h, porém, ele chega quase meia noite. Ou seja, nos vemos mesmo no fim de semana. Mas o que me fez tomar coragem para ter esta conversa e ter a certeza de que o amava muito, foi vê-lo todos os dias sair de casa 6:20 da matina, mas antes ir no quarto dar um beijo de tchau na Clara e ao chegar, quase meia noite, entrar no quarto, vir me dar um beijo e me fazer um carinho nosso e ir até a Clara para dar seu beijo de boa noite. Por mais que a cama por aqui seja compartilhada e com a Cria no meio dos dois, ele chega, deita e gruda o pé dele no meu, ou seja, dormimos coladinhos. Pode ser pouco, pode ser pequeno, mas pra mim foi muito. Deu pra ter a real noção de que sim, era apenas uma fase e alguém precisava ter o estalo inicial para enxergar tudo isso. E foi o que eu fiz!

Semana retrasada, Marido entregou sua monografia na faculdade e estava todo tenso em defender seu trabalho sobre o Sistema Renal. Pois bem, eu preparei seu prato preferido: lasanha, deixei sua sobremesa preferida: chocolate e seu suco com a mesa montada toda bonitinha pra quando ele chegasse.

Fiz por amor, fiz para agradar pois sei a importância desta faculdade aos 46 anos de idade. Sei da importância deste diploma para ele em primeiro lugar e para nós, para nossos sonhos. E como retribuição, ganhei um recadinho nunca deixado:

Tem forma mais linda de começar o dia?
Tem forma mais linda de começar o dia?

 Sabe gente, vejo muitos posts por aí onde as mulheres estão desanimadas com os maridos, onde querem ter de volta aquela emoção de antigamente no relacionamento e que o casamento está por um fio. E foi exatamente o que cheguei a pensar por aqui, mas acredito que ninguém erra sozinho e rever suas próprias atitudes, rever como é você como esposa vale totalmente a pena. Ainda mais quando nos vemos como super mulheres (e somos) pelo fato de cuidarmos da casa, dos filhos, trabalharmos fora ou não, mantermos tudo em ordem e todas as partes que ficam por conta de nós, mas pra eles também pode não estar legal e com uma boa conversa tudo pode ser esclarecido.

E sabem o mais legal? Que no meio do dia a dia, da rotina, dos altos e baixos, afinal somos seres humanos, a conversa não ficou só naquele dia e a cada dia, sem motivo continuamos regando nosso relacionamento.

Porque alimentar o amor faz bem pra alma, pra vida, pro casamento!
Porque alimentar o amor faz bem pra alma, pra vida, pro casamento!

 

E por aí? Como andam as coisas?

Beijos

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