Para quem não sabe, o problema da alergia alimentar tende a crescer em todo o mundo. Nos Estados Unidos, houve um aumento de 18% dos casos diagnosticados entre 1997 e 2007. Na Europa, estima-se cerca de 17 milhões de pessoas apresentam alergia alimentar a algum alimento: leite, ovos, soja, trigo, oleaginosas…
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Elas estão com tudo e já tiveram apoio de várias pessoas influentes e mães de alérgicos espalhados pelo Brasil inteiro. Lá no álbum da fanpage tem uma foto mais linda que a outra.
A lindona da Bela e o Fofo do Armandinho também entraram nessa:
MAIS SOBRE O ASSUNTO (Fonte: Release Campanha Põe no Rótulo):
Quais são os reais problemas destas famílias hoje?
Pela ausência de regras em relação à rotulagem de alérgenos, os consumidores enfrentam três dificuldades:
1) decifrar os ingredientes no meio das letras minúsculas para buscar identificar se há algum alérgeno;
2) conhecer as diversas nomenclaturas possíveis (caseina/caseinato = leite, por exemplo)
3) não ter informações sobre risco de traços de alérgenos
4) Resumindo… comer! E não estamos citando restaurantes, não. Há uma marca de arroz, por exemplo, que contém ovo. Como ficam os alérgicos a ovo? Muitos nem sabem disso e acham que estão “seguros” por comer em casa….
Sopa de letrinhas complicada
Além das letras pequenas, o consumidor precisa ler cada um dos ingredientes para ter certeza de que não há, ali no meio, algum ingrediente que cause alergia. Um consumidor menos informado ou mais desatento pode deixar passar ingredientes que representam risco à sua dieta – o que não ocorreria se houvesse um destaque em negrito ou em lista apartada dos alérgenos presentes, tal como já ocorre em outros países (no Brasil, isso só ocorre com o glúten). Estudos da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) mostraram que 39,5% reações alérgicas foram relacionadas a erros na leitura de rótulos dos produtos.
Há produtos com rotulagem correta e clara e com informações de traços de alérgenos. São exceções, mas bem unidas no objetivo de tornar realidade a rotulagem de alérgenos em produtos disponibilizados ao consumo.
E o que seriam os traços?
Existe, nas indústrias, o compartilhamento de maquinário para produção de vários produtos. Com esta prática, resquícios de proteínas acabam ficando nas máquinas, mesmo após a higienização das mesmas. Esses resquícios, por menores que sejam, podem fazer mal a alguém que apresente sensibilidade a ela.
Sem a identificação deste risco nos rótulos, o consumidor passa a ser obrigado a entrar em contato com os SACs (Serviço de Atendimento ao Consumidor), que, muitas vezes, não têm treinamento, preparo e/ou informação suficientemente segura para sanar a dúvida do consumidor. A orientação dada por este serviço é para ligar para eles sempre antes de comprar qualquer produto, pois pode haver mudanças no processo produtivo – e um produto que não tinha o alérgeno pode passar a ter. Não é mais fácil um rótulo claro?
Muitas vezes, os SACs confundem, por exemplo, lactose (açúcar do leite) com proteína do leite. Tão grave quanto, há SACs que direcionam o consumidor a procurarem seus próprios médicos para questionar a segurança do produto, como se os médicos tivessem acesso diferenciado a tais informações.
O dia-a-dia
A alergia não é bem entendida e aceita por muitos, que acham que: “isso é frescura”; “é exagero”; “um pouquinho só, ou só um dia, não fará mal”. Mas, para um alérgico, não importa se é uma migalha ou uma porção, o resultado pode ser catastrófico, levando inclusive, em vários casos, a morte, em decorrência de choque anafilático. Apesar da gravidade, diferentemente do que tem sido veiculado, não há a necessidade de que a pessoa com alergia seja alimentar ou outro tipo, fique reclusa e não conviva em sociedade.
Pelo mundo
Às vésperas de receber dois eventos mundiais grandiosos (Copa do Mundo e Olimpíadas), o Brasil deixa a desejar em relação aos países europeus e aos Estados Unidos. Na terra do Tio Sam, por exemplo, existem os restaurantes Allergy Friendly, nos quais é possível encontrar alimentos apropriados para quem possua alergia alimentar. As empresas, por sua vez, apresentam em seus rótulos claramente se o produto é livre de alérgenos ou possui traços.
Lactose x proteína do leite
Estamos em plena moda de dietas sem glúten e sem lactose. Com isso, o termo “lactose” acabou banalizado e muitas pessoas usam, erradamente, a expressão “alergia a lactose”. Mas isso não existe. Lactose é o açúcar do leite e não causa alergia, e sim intolerância. As proteínas do leite, como a caseína, entre outras, são as causadoras da alergia alimentar.
Bacana, né???
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