Muitos dos nossos hábitos e sentimentos em relação à alimentação começam logo cedo, desde bebês. Isso mesmo! A forma como fomos amamentados, iniciamos a comer, se nos estimulavam a experimentar os sabores, texturas e consistências dos alimentos e, se durante as refeições eram momentos agradáveis ou não, por exemplo. Tudo isso têm enorme influência em como lidamos com os alimentos atualmente. Por isso, é importante cuidar dos sentimentos e a alimentação desde a infância.
Se levarmos em consideração de que a base da alimentação saudável está na infância , assim como é o adulto o responsável pela qualidade da alimentação infantil, a construção dos hábitos alimentares serão mais sólidos conforme a criança cresce e se desenvolve.
É sempre junto com o adulto que a criança irá aprender a experimentar os alimentos, a ter prazer em comer, gostar ou não dos momentos das refeições e, a falar, expor seus sentimentos em relação a tudo isso.
O tal “como demais por ansiedade”, por exemplo, pode ter se iniciado enquanto criança, por isso, analisar, perceber os sentimentos e a alimentação na infância se faz muito necessário. Educamos e criamos hoje nossos filhos para que amanhã eles estejam preparados para o mundo, não é mesmo? O comer é a mesma coisa!
Temos que entender que comida não é só comida, não é só o “comer”, “nutri”. O alimento em si pode se transformar em outros diversos significados conforme crescemos, durante a vida e, cada significado dele afeta diretamente como é a relação do individuo com o alimento.
Relembre: Casa da vovó e a alimentação das crianças
Quando damos doces para premiar a criança, colaboramos para que ela associe o doce para momentos de alegria, comemoração, demonstração de afeto. Lembra dos comerciais antigos de Dia dos Namorados com chocolates e bombons? Pois é!
Se a criança percebe que só tem atenção dos pais ou adultos quando ela revida os tais verdinhos, pode se tornar associação para brigas, lágrimas e confusão! Então, se o objetivo é que a criança coma verduras com tranquilidade, precisamos promover refeições tranquilas e incentivos as verduras. Assim, comer verduras se tornará “tão feliz” quanto comer um doce.
Outro ponto importante para se observar é: – Como são as refeições? Momentos de risada, conversas, calma, a família conversa com afeto? A criança irá associar que comer é prazer, gostoso, divertido.
O oposto a estes sentimentos positivos, se as refeições são momentos de briga, discussões entre os adultos ou serve para conversar sobre a crise mundial, por exemplo, e, não há troca bacana, leve com a criança, ela pode assimilar a refeição ao estresse, começar a recusar a comida, dizer que não está com fome porque simplesmente quer sair daquele momento.
Se queremos modificar hábitos alimentares dos pequenos, temos também que observar sentimentos, significados que o alimento carrega. É desta forma que conseguiremos ajudar nossos filhos comer bem, variado, com equilíbrio e felizes.
Beijos com carinho,
Paola Preusse, Nutricionista da Família, mãe da Maria Clara e do Bento.
