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Açúcar não é amor para a criança

acucar na alimentação infantil
Imagem: Shutterstock

Açúcar não é afeto, demonstração de amor para a criança ou algo do gênero. Açúcar é um carboidrato simples, facilmente digerido pelo nosso organismo e quando ingerido em altas quantidades, pode ocasionar diabetes, além de sobrepeso, obesidade e uma dependência de tê-lo em praticamente todas as preparações com sabor adocicado.

Mas vamos a coisa fisiológica da coisa para não parecer que é apenas uma nutricionista/mãe chata querendo te convencer em não dar açúcar para seu bebê e porque dizem que o açúcar vicia. A resposta é simples e tem o lado fisiológico da coisa:

O açúcar aumenta os níveis de hormônios como a dopamina e a serotonina, que causam uma momentânea sensação de bem estar, mas com a liberação da insulina, esse estado de excitação passa rapidamente, e a pessoa sente vontade de comer mais açúcar, portanto, o açúcar pode viciar.  Agora imagina nas crianças o efeito disso? Pois é, desde novinhas vão ser viciadas em algo que não precisam!

Ele é encontrado de forma refinada, mascavo, demerara, orgânico, melado… Está presente nas frutas em forma de frutose, no leite como lactose, nos farináceos, massas, tubérculos, raízes, ele praticamente está em tudo, pois a grande maioria do alimentos o contém naturalmente. 

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O açúcar é um termo genérico para carboidratos cristalizados comestíveis, principalmente sacarose, lactose e frutose. Especificamente, monossacarídeos e oligossacarídeos pequenos.[1] A sua principal característica é o sabor adocicado. Em culinária, quando se fala em “açúcares”, costumam se excluir os polióis da definição de açúcar, restando todos os monossacarídeos e dissacarídeos.[2] No singular, “açúcar” costuma se referir à sacarose, identificando outros açúcares por seus nomes específicos (glicose, frutose etc). Fonte: Wikipédia

A indústria utiliza diversos tipos de açúcar, especialmente sacarose, xarope de glicose e xarope de milho, que são altamente desnecessários para a saúde, pois prejudicam o metabolismo dos carboidratos e também das gorduras, elevando rapidamente a glicose no sangue e favorecendo o acúmulo de gordura corporal e sanguínea. 

Além da forma natural de encontrarmos o açúcar, ele também pode ser adicionado nas preparações e na grande maioria das vezes, ele é adicionado para promover uma alta aceitação da tal preparação ou produto.

Agora eu te pergunto, se ele não é amor ou afeto, porque gostamos de presentear as crianças com coisas cheias de açúcar?

Já reparou como o brinde ao cortar o cabelo é na maioria das vezes um pirulito? Se tomou vacina direitinho também ganha um pirulito. No caixa de lojas, cabeleireiros sempre tem um baleiro com balas grátis, assim você paga a conta adoçando a vida e se a criança estiver no colo, a caixa para ser a boazinha e agradar, sempre oferece com um sorriso largo no rosto a tal bala pra criança, sem ao menos perguntar se a mãe deixa, e claro, a criança mesmo que não conheça tal produto, aceita! E os caixas de supermercados, padarias e até farmácias, já repararam no tanto que é colorido e cheio de produtos doces, variando entre balas, chocolates, chicletes e os tais industrializados com personagens? Tudo na altura ideal para as crianças verem, se encantarem com as cores e claro, pedirem para os adultos. 

~~~~ Pausa para uma reflexão: somos nós quem decidimos se compramos ou não e olha, a criança não vai ser menos feliz se você não comprar! EXPLIQUE que ainda não é a idade dele comer isso, que faz mal, que dá bichinho no dente e que quando ele crescer, poderá comer um pouco. Você não está mentindo e sim cuidando de seu filho! ~~~~

Enfim, o mundo joga o açúcar para dentro da sua rotina sem você mesmo perceber e quando se dá conta, tudo precisa ser adoçado, em todas reações emocionais você precisa de um doce, uma fruta passa a ser azeda demais ou pior, sem graça e já não te satisfaz. Mas você já é adulta, claro que não tira a gravidade do processo, mas imagina com a criança de meses, poucos anos…. Como será que vai ser? Já na primeira infância tendo contato com um bombardeio de açúcar, você acha mesmo que a fruta vai ser atraente e o alimento sabor adocicado preferido? Você acha mesmo que a água será a bebida que irá matar a sede dele e por consequência hidratá-lo?

Não! Posso te afirmar que não! Hoje, com esta pouca idade ele pode até parecer aceitar bem as frutas, mas a tendência é que essa aceitação diminua ao longo do crescimento e até chegar na adolescência, sua preferência seja pelos bolos, chocolates, refrigerantes ou até mesmo os sucos adoçados.

Não! Não é exagero! É alertar, é cuidar da alimentação de sua Cria na fase que ele mais precisa de educação, exemplo é escolhas coerentes para idade dele. É colaborar de forma positiva para criação do hábito dele…. É dessa forma, dar amor, afeto unido a forma com a qual demonstramos positivamente o que esses sentimentos representam de verdade.

Amar não é dar um saco de guloseimas de lembrancinha na festa de aniversário, não é matar as saudades com um chocolate no fim do dia, não é mandar na lancheira bolacha recheada, não é ter sempre a mãos o suco de caixinha adoçado, mesmo que seja do personagem preferido, não é dar algodão doce quando vão passear no parque, prometer o sorvete de creme no fim de semana ou dar o brigadeiro se comer tudo.

Não! Amar não é isso! E você não pode deixar que o cansaço te faça acreditar que sim, açúcar é amor! Você não pode deixar que o “só de vez em quando” te cegue a ponto de não perceber que o que mais tem na alimentação de seu filho é açúcar, independente de qual tipo seja!

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O consumo de produtos com alto teor de açúcar e gordura começa cedo no Brasil. Estudo inédito do Ministério da Saúde revelou que 60,8% das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos e que 32,3% tomam refrigerantes ou suco artificial. Este é o terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que traz medidas inéditas da população do país, como peso, pressão arterial e circunferência da cintura. Além das mudanças nos hábitos alimentares na infância, os dados alertam para os crescentes índices de excesso de peso e obesidade em adultos. Fonte: Ministério da Saúde

Uma refeição onde tem: suco sem açúcar, fruta, cookie de banana caseiro está errada, pois ela só tem açúcar, independente da origem, compreendem? Cadê a parte salgada pra equilibrar? Cadê o real equilíbrio para formação do hábito saudável de verdade? Relembre neste post (Açúcar na alimentação dos bebês e crianças X hábito alimentar saudável) como equilibrar corretamente o açúcar na alimentação de seu filho.

Dê colo hoje, invista na alimentação saudável de verdade desde a gravidez, amamente os 6 meses, introduza os sólidos gradualmente aos 6 meses, introduza os alimentos sólidos, sejam eles quais forem, de acordo com a idade correta de seu filho, tenha paciência, diminua o açúcar hoje e tenha tranquilidade amanhã! Vale muito mais a pena!

Beijos.

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