O racismo, as crianças e o que podemos fazer para evitá-lo

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Vira e mexe aparecem notícias sobre racismo. Notícias das quais causam revolta e vergonha alheia! Vergonha em ver que, em pleno ano 2017/2018 ainda exista gente racista, gente que agride o próximo por causa da cor da pele.

Se pararmos para pensar, nós brancos não temos noção do que os negros passam. São comentários racistas em quase todas as falas, inclusive daqueles que dizem não ser racistas! Só podia ser preto, macaco, não faça negrice, ao se referir a um todo de forma pejorativa, falam: “neguinho”, entre outras,  são coisas que muitas pessoas usam para falar que algo está errado ou ruim e, são as mesmas pessoas que adoram bater no peito para dizerem: não sou racista!

Tirando todas estas falas de lado, que além de serem racistas, são enraizadas em muitas culturas, o que é uma pena, temos que parar para pensar que somos pais e, estamos criando a nova geração. Sim, as crianças de hoje serão os adultos de amanhã e, por mais que pareça óbvio, precisamos ensiná-los algo primordial: respeito com o próximo.

Para começar a falar sobre racismo, as crianças e o que podemos fazer para evitá-lo, eu quero fazer algumas perguntas:

  • Quantos negros convivem com sua pessoinha?
  • Quantos amigos negros ela tem?
  • Qual a profissão que os negros que convivem com sua pessoinha tem?
  • Em relação aos brinquedos, quantos deles são negros?

Eu comecei a me fazer estas perguntas para repensar algumas coisas na hora de escolher, por exemplo, os brinquedos da Clara. Sim, pois se formos parar para pensar, as bonecas são sempre loiras de olhos claros. Praticamente todas têm cabelo liso! Os filmes são na maioria com princesas loiras ou protagonistas de cabelo liso, pele branca e olhos mais para os claros do que os castanhos ou pretos.

Ano passado, de presente de aniversário, dei sua primeira boneca negra. E, para minha alegria, ela amou e não percebeu diferença entre as outras bonecas “loiras, carecas e de olhos claros”. Fiquei mais feliz quando ela quis levar a Marina, o nome que deu para sua boneca, no dia do brinquedo da escola, e voltou para casa dizendo que sua amiga queria uma boneca igual. Claro que no aniversário desta amiguinha, dei uma boneca negra igual.

Relembre: Mamãe, falaram que meu cabelo é esquisito

No dia das crianças, dei outra boneca negra de presente. E, ela mais uma vez, amou! São suas bonecas preferidas do momento. O que me deixa mais feliz, é vê-la tratar e brincar com todas suas bonecas da mesma forma. Sem nem perguntar o porque da cor delas serem diferentes. Isso mostra que, enquanto a gente adulto não ensina o racismo, as crianças não são racistas. Com isso, o mundo lá no futuro, poderá ser muito melhor!

Se eu parar para pensar, Clara não tem convívio com pessoas negras. Na escola dela, pelo que acompanho, tem 1 (UMA) criança negra na classe dela, que entrou no meio do ano passado, as demais são brancas! Em relação aos professores, alguns são negros, morenos, mas os brancos predominam.

Na minha família, temos um amigo que consideramos da família. Ele era amigo dos meus pais biológicos, quando minha mãe morreu e, eu fui morar com minha avó, tia e tio (que são meus pais hoje), ele morou um tempo com a gente! Ele era empresário, mas sofreu um AVC e se aposentou. De negro, este é o único que a Clara convive fora da escola, por exemplo!

Se no seu ciclo social não há negro, observe o ciclo social da sua pessoinha. Veja se na escola tem crianças, professores negros. Se, em um primeiro momento a criança perguntar sobre a cor da pele, explique a verdade, explique que a pessoa é negra. Não precisa criar uma história mirabolante para tentar explicar que existem tons de pele diferentes. Aja com naturalidade! Repense na hora de comprar os brinquedos, escolher o desenho com a princesa ou super herói só com pele branca. Incentive!

Nós estamos educando as crianças de hoje e, elas serão os adultos de amanhã. Todos os seres humanos independente da sua cor, são seres vivos e merecem viver e conviver com amor, respeito e naturalidade. Ninguém é melhor do que ninguém! E, a cor da pele não determina caráter, índole!

Beijos.

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