Criação com apego (Attachment Parenting) e como funciona aqui em casa

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Enquanto eu estava grávida eu não fui atrás de literaturas de como criar o bebê, de uma certa forma, fui atrás de grupos de mães reais e lá lia seus relatos sobre relacionamento com o Marido no pós parto, como era cuidar do bebê, das noites sem dormir, assaduras e afins. Quando Clara nasceu, eu a vi pela primeira vez parecia que eu sabia qual linha de criação seguir, sem mesmo nunca ter lido, acho que foi por instinto mesmo que decidi segui a “Criação com Apego” (originalmente Attachment Parenting), pois não foi a linha de criação da minha família, muito pelo contrário, sempre sou criticada por várias coisas que faço com a Clara, inclusive pelo pediatra.

Só depois de muito criticada e até pra poder ter argumentos com algumas pessoas, eu fui atrás de artigos e vi que ao contrário do que dizem, criar com apego não deixa o bebê, a criança mau acostumada, dependente, chorona e afins. Muito pelo contrário, você faz com que o bebê e criança seja o oposto disso tudo e o melhor, atende às necessidades de seu filho.

Bebê chora porque precisa de algo, precisa ser trocado, precisa ser alimentado ou mais, precisa receber carinho e aconchego.
Quantas de nós adultas não reclamamos que somos “desvalorizadas” que os maridos não nos elogiam, que não são carinhosos, que recebemos pouco afeto?

E porque negar afeto, carinho, aconchego, COLO pro bebê?
Quando devemos transmitir esses sentimentos aos nossos filhos?
Será que temos que viver em sistema militar?
Será que temos que concordar com as teorias:

  •  Adormercer sozinho no berço, pois ele vai crescer, engordar e você não vai aguentar mais niná-lo no colo
  •  Chorar pra aprender a não ter tudo
  • Chorar pra não ser mimado
  • Chorar pra aprender a dormir a noite inteira
  • Amamentar a cada 3 horas e assim acostumar
  • Gritar, berrar e só repreender



Gente, ser bebê dura tão pouco tempo, a infância parece estar cada vez mais curta e vejo algumas famílias acelerando mais todo o processo.
Não acho que tudo deva ser desregrado, mas também não acho que devemos viver era Hitler dentro de casa e o pior, com os bebês.
Sempre fui muito pilhada, estressada, agitada e não queria passar isso pra Clara e desde a gravidez aprendi a contar até dez, respirar fundo e relaxar. Sim, é algo bem difícil e quando explodia eu passava a mão na barriga e pedia desculpas pra bebê e falava que nada tinha haver com ela e que a mamãe já ia se acalmar, agora, na fase da amamentação, quando eu fico meeeeeeeeega nervosa ou irritada eu respiro fundo, conto até dez e peço pro meu leite não secar. Coisa de doido gente, mas sempre faço isso hahahahahaha.

Clara é calma, sempre foi um bebê calmo e sempre busquei “rituais” pra deixá-la mais calma, relaxada e a vontade. Fui atrás da Shantala, dava banho de balde todos os dias, enquanto amamentava à noite colocava músicas relaxantes, luz verde bem baixa e sempre falei com ela com um tom de voz suave.

Aos poucos (quando ela tinha 6 meses), começamos a compartilhar a cama, pois amamentar em livre demanda durante à noite e trabalhar no dia seguinte era dureza e pra não parar de amamentar eu a trouxe pra cama com o consentimento do  Marido e estamos felizes assim.

Nunca deixei minha filha chorar, já saí do banho cheia de espuma pra pegá-la porque estava chorando no berço e só depois disso aprendi a levá-la no bebê conforto pro banheiro pra eu tomar banho.

Dei e dou colo sempre que solicitado, sem medo dela ser aquele bebê que só quer colo.

Ofereço o peito e a deixo mamar, chupeitar sempre que quer, independente de onde estamos e que horas são. Agora ela mama um peito, quando não quer mais este peito ela o guarda na blusa, muda de lado no colo e pega o outro peito ….. e a mãe aqui morre de amor. Sim! Eu acho lindo essa relação que temos.
Enquanto ela mama, nos fazemos carinho, nos olhamos nos olhos e conversamos pelo olhar sempre radiante de tanta alegria e satisfação.

Não ficamos mais tempo juntas porque eu trabalho e ela vai pro berçário. Ela fica lá por 9 horas, fica super bem, quando chega lá, entra toda serelepe e logo fala:

– Tau! Tau tau mãmã! (fazendo tchau com as mãos)

Quando vou buscá-la ela vem correndo me dar abraço, beijo e claro, já deita no colo pra mamar e a partir deste horário, sou dela! Jantamos juntas, brincamos, ela mama mais quanto quer e dorme.

Ela chegou na fase de desbravar o mundo, da curiosidade estar a mil, de querer andar por tudo que é lado, correr, pegar, mexer, brincar e com isso chega a hora de falar NÃO, mas fiquei pensando em como falar não sem ser a chata do não, sabe?

Imagina só, deve ser muito chato ser criança e só ouvir não, não, não e NÃÃÃÃÃÃÃO. Ou viver sendo ameaçada, chantageada e afins.

Eu sou muito, mas muito brava. Minha irmã dez anos mais nova do que eu sempre falou que teria pena do meu filho, pois sou muito brava e não deixo fazer nada.
Sempre fiquei com isso na cabeça e agora depois de mãe, observo várias mães e suas posturas no quesito educação. Não pra criticar, mas sim aprender e ver como quero fazer com a Clara.

Em casa, aderi ao sistema da conversa, em sempre explicar os “porques”. Olha só alguns exemplos

  • Na hora de repreender:
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Falo com ela sempre em tom de voz calmo, olhando nos olhos dela.
Tento ao máximo não gritar.
Ela já faz birra quando contrariada, já se joga no chão, já sapateia e já endurece o corpo quando a pego no colo.
– Clara, se mexer aí vai fazer dodói, vai machucar.
– Filha, isto não é seu. É do vovô. Vamos brincar com seu brinquedo.
– Amor, este é da mamãe, me devolve por favor.

  • Na hora de dormir:
 
Hora de nanar 🙂

Normalmente ela dorme na minha cama, mas se ela dorme antes de nós, a coloco no berço, ou ainda tem noites que ela fica meia noite no berço e no meio da madrugada vem pra minha cama.

– Clara, está de noite e de noite a gente dorme.
– Vamos dormir pra amanhã a gente brincar bastante.

E tenho até uma musiquinha que canto pra ela enquanto a nino:

Dorme Clarinha, do meu coração
Dorme bem gostoso e descansa um montão
A noite já chegou, é hora de nanar
Nana bem gostoso pra amanhã poder brincar

Canto com o ritmo do boi da cara preta e ela adora a música.

ATUALIZANDO: Agora a hora de dormir é diferente, ela com seus 2 anos e 2 meses começou a dormir a noite inteira em sua cama, ela acorda na madrugada, me chama, mas permanece em seu quarto, na sua cama! Ela desmamou naturalmente (relembre aqui) e pra dormir, pede pra eu deitar do lado dela, fazemos carinho uma na outra e ela dorme abraçadinha em mim. Agora me falem, tem coisa mais gostosa do que isso? Gente, ela dorme pertinho de mim e depois se esparrama na cama sabendo que eu vou sair de lá, na realidade ela me dá bundadas pra eu sair. E assim saímos naturalmente da cama compartilhada, da amamentação e tudo fluiu super bem por aqui, sem traumas, choros e apertos no coração de nós duas!

  • Na hora de comer:


(Sempre falo que é hora de comer, falo o que ela vai comer)

– Filha, olha seu café da manhã
– Clara, quer banana?
– Quer mais?

Apesar dela ter 1 ano e 3 meses e ainda mamar no peito, dormir comigo na cama, sempre ter colo, nunca ficar chorando sem ter atenção, ser grudada comigo e sempre querer estar ao meu lado quando estamos em casa, ela é super independente na escola, se diverte com os amigos, desde 11 meses começou a ir com as outras pessoas.

Acredito que o fato dela querer sempre estar comigo, é porque eu me jogo no chão e brinco mesmo com ela, volto a ser criança, faço vozes, canto, aperto, beijo, abraço e ela gosta disso, gosta de atenção, gosta de brincar.
Clara é uma criança que não gosta de ficar sozinha. Ela pode até brincar sozinha com seus brinquedos, mas tem que ver que alguém está lá com ela no quarto.
Quando estamos em seu quarto e ela está brincando, vira e mexe vem andando em minha direção com os braços esticados falando mãmã e sente no meu colo. Fica nele por 2 minutos e logo volta pra brincadeira.

Quer saber mais sobre a Attachment Parenting? No blog Paizinho Virgula você pode achar bastante texto legal. Eu adoro!

Olha só cada texto bacana:

Aqui fala dos benefícios, é em inglês, mas qualquer coisa é só colocar no tradutor 🙂

http://www.singlemommie.com/single-parenting/attachment-parenting-affects-it-has-on-your-child/

Site bacana que explica ao pé da letra como é a Teoria:

http://www.attachmentparenting.org/lang/Portuguese.php

Beijos,

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