Que competição no Mundo Materno existe, eu aprendi assim que Clara nasceu. Que existe o movimento “mais” mãe e “menas” mãe eu também já aprendi. O que eu não entendo é a falta de respeito entre as diferenças de opiniões. Tanta gente luta pela liberdade de expressão, contra a homofobia, racismo, preconceitos de forma geral, mas quando você encontra um grupo de mães que tem um ideal, o que mais existe é a falta de respeito com as quais não fazem parte deste grupo.
Querem um exemplo mais que básico?
Existe o grupo Parto Normal, que simplesmente acha que toda (ou quase toda) mulher que teve Parto Cesárea não é tão boa mãe, ou como já li por aí, é frouxa e não sabe a verdadeira dor de ser mãe.
Hoje em questão, venho falar de nós mães que trabalham. Sabe o que acho engraçado?
Há algum tempo atrás, as mães que ficavam em casa é quem eram “apedrejadas” e hoje, com tanta evolução, quem são apedrejadas são as mulheres que voltam a trabalhar.
Existem 2 grupos de pessoas: As que trabalham por realização profissional/pessoal e as por motivo financeiro. Até aí tudo bem, quer dizer, tudo bem nada, pois o que já li e ouvi foi:
* Se você quer ser mãe, não tem como ser realizada profissionalmente, pois precisa dar atenção ao seu filho.
* Um filho precisa muito mais de carinho, afeto, do que brinquedos, viagens, roupas caras, boa escola.
Calma aí!
Sim, a vida muda depois do filho;
Sim, os objetivos mudam;
Sim, eles dependem de nós durante muito tempo. Entre outras coisas mais, que cada um em sua casa sabe quais são as necessidades.
O que me deixa bem triste, é a falta de respeito quando algum grupo levanta uma bandeira.
Acredito que se há uma divisão e dedicação do tempo, tudo se resolve.
Eu precisei trabalhar, por simples questão financeira, Clara foi pro berçário e isso não me impediu de brincar com ela, cuidar dela, amá-la incondicionalmente, amamentá-la (relembre aqui) toda vez que ela quer enquanto estamos juntas e ela continuar só no leite materno.
Eu divido meu tempo com ela, ou melhor, quando a pego no Berçário e vamos pra casa, eu fico com ela, me dedico à ela e quando ela dorme é que vou pensar em o que fazer pro jantar e fazer minhas coisas.
Se cansa? Lógico que cansa, afinal sou ser humano, mas tenho prazer em ficar com ela, desejei ser mãe e já sabia que teria que trabalhar.
O que mais me incomoda são as pessoas que dizem que abriram mão de tudo pra serem mães e que deixaram de trabalhar pra ficarem com seu filhos. Que simplificaram ao extremo suas vidas pra conseguirem ficar em casa e que eu devia fazer o mesmo.
Gente, se você tem condições de ficar em casa pra cuidar 24hs/dia de seu filho, super parabéns! Aproveite mesmo seu dia ao lado dele, brinque, mas brinque de verdade, não o deixe o dia inteiro na frente da televisão, comendo porcarias enquanto você vai na manicure, passeia no shopping e tira a soneca da tarde.
Já vi muita mãe que fica em casa, mas deixa seu filho “a Deus dará”.
Admiro sim, as mães que ficam em casa, mas CUIDAM de verdade de seus filhos e ainda se mantém lindas. Não preciso puxar o saco de ninguém, mas tomo a liberdade pra citar algumas mães que não trabalham fora (trabalham em casa), mas se dedicam aos filhos: Loreta, Aninha, Carol, Bárbara entre outras que agora não me lembro.
Assim como admiro as mães que trabalham e ainda assim se dedicam aos filhos sem desculpas de cansaço e afins: a Keka, Rose, Sam, Fabi, Michele entre outras também que não me lembro e tenho pouco contato.
Tive que desabafar, pois li um texto esses dias super desrespeitoso com as diferenças que existem entre as famílias e acho que se queremos criar pessoas melhores, precisamos nós, sermos mais tolerantes e aceitarmos de uma vez por todas toda e qualquer diferença.
De que adianta levantar a bandeira contra a diferença dos brinquedos entre meninos e meninas e tantos outros assuntos da Maternidade, se nós mães não toleramos as diferenças entre parto normal X cesárea, leite materno X leite artificial, dona de casa X profissional???
Já sofreram alguma “discriminação”?E com vocês?
Beijos
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